Os Anos Dourados e os padrões


Muitas vezes, os chamados "anos dourados" (1940's-50's) são referidos como uma época em que as curvas estavam na moda e em que a magreza, ao contrário do que acontece hoje em dia, era totalmente desprezada. Anúncios como os que vemos aqui reforçam essa teoria:


No entanto, a verdade é que o panorama não era tão radical assim... pelo menos, não tanto quanto hoje, que temos a terrível ditadura da magreza. Naquela época... sim, as curvas eram importantes. Uma cintura bem marcada era um "must". O uso de corpetes para afinar a cintura era uma constante. Contudo, essa "padronização" parava por aí (não na minha família, em que eram todas cheínhas e eu herdei as curvas generosas - e o amor pela comida! rs - e gosto de me ver assim! rsrs Mas não vamos por aí!).

O que dizer, então da magérrima Audrey Hepburn, considerada uma das atrizes mais belas e elegantes da história de Hollywood? E da glamourosamente magra Lauren Bacall?


Hoje em dia, caso uma atriz não corresponda aos padrões de magreza impostos pela moda, terá uma dificuldade extrema (atrevo-me a dizer "quase impossibilidade") para se afirmar em Hollywood (felizmente, sinto que, aos poucos, essa padronização está no começo do fim... mas isso sou eu, que sou uma eterna otimista).

Daí a minha admiração pela grande atriz e ser-humano que é a elegantérrima Kate Winslet (eterna Rose de "Titanic"). É difícil de acreditar, é chocante, mas é verdade: esta belíssima mulher é considerada gorda! E sabem o que mais? Ela "sapateia na cara" dos críticos, conseguindo impor o seu talento e elegância, sem se submeter à ditadura dos padrões.

Uma das coisas que mais me delicia nos filmes antigos (para além dos temas, da interpretação, da linguagem, da "pureza", dos cenários, das músicas, dos figurinos... ufa! Tanta coisa!) é justamente a variedade que as atrizes apresentam: desde a magreza extrema de Audrey Hepburn às invejadas curvas de Marilyn Monroe, passando pela voluptuosidade de Sophia Loren ou Jayne Mansfield, todas as formas tinham o seu espaço. Todas as mulheres tinham o seu lugar em Hollywood e todas eram consideradas lindas, a despeito de altura, de formato do corpo, loiras, ruivas, morenas, todas diferentes e fáceis de provocar um sentimento de empatia e identificação em qualquer mulher comum.
Natalie Wood, Ingrid Bergman, Marilyn Monroe, Jayne Mansfield, Sophia Loren e Audrey Hepburn

Hoje em dia, a impressão que me dá é que as mulheres (não só as atrizes, mas também as mulheres comuns - principalmente, as mais novinhas, adolescentes) são todas iguais: o mesmo corpo, o mesmo cabelo, o mesmo jeito de andar e de vestir... de costas, é quase impossível distinguir quem é quem! Para quê? Tenho pena. Muita pena.

Padrões? Para quê padrões? Para fomentar distúrbios alimentares e frustrações? Para ficarmos todas iguais, sem nada que nos distinga?

Amemos os nossos corpos, os nossos rostos, as nossas imperfeições, pois tudo isso nos torna únicas. Como diria Coco Chanel: "Para ser insubstituível, deve-se sempre ser diferente".

Comentários

  1. conheci seu blog recentemente e já li muitas de suas matérias por aqui, me encantei bastante com o conteúdo e esse post em questão é meu favorito. Acho que tens razão, hoje o padrão é muito exagerado, sempre todas iguais. E o pior , nada na moda atual valoriza tanto quanto a padronagem de roupas de antigamente, é por isso que amo sim usar calça cintura alta marcando a cintura no lugar certo e mesmo as pessoas me questionando o porque de eu usar, eu uso. Acho que cada um deveria ressaltar o que tem de diferente e não padronizar dessa forma.

    Grande beijo
    umanoiteemparis.com

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    1. Nicole, não consigo comentar no teu blog!
      Não tem link para deixar comentários? :(
      Beijinhos*

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  2. Olá flor, tudo bem? Gostaria de saber se você aceita uma parceria com meu blog =)

    Beijos!

    vintagepri.blogspot.com

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  3. Oi!

    Comecei a ler agora teu blog e já estou apaixonada. Principalmente por este post, pois concordo em gênero, número e grau!
    Como proposto em meu blog, é claro que aceito uma parceira entre nossos blog, ainda mais vendo que temos amigas blogueiras em comum... :D

    Beijos!

    http://mygoldenuniverse.blogspot.com.br/

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  4. Essa ditadura da magreza é uó ¬¬

    Beijos! http://sugar-dance.org/blog

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  5. Adorei esse post, é o que bem explico SEMPRE pras leitoras do blog que se auto criticam e se sentem diminuídas pelos padrões exigidos atualmente, e pensam que não podem aderir ao estilo vintage porque é mais gordinha ou magra demais... Adorei mesmo!

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    1. Isso mesmo. O estilo vintage é até um dos mais "democráticos" :)
      Bjs

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  6. Gostei bastante do post :) Tenho a mesma opinião que tu e acho que hoje em dia tudo se parece igual pois há uma aversão enorme de se abraçar a diferença. E isso é mau, muito mau. Adoro a Kate Winslet, acho-a super bonita, super elegante. Uma verdadeira senhora :)

    Beijinho grande ***

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    1. Sem dúvida. Sempre me senti diferente por um motivo ou por outro e sofria com isso, até abraçar as diferenças. E sou muito mais feliz. Gosto de mim e, apesar de gordinha, acho-me bem gira. Quem não gosta, não olha :)
      A Kate Winslet é um grande exemplo, que conseguiu o seu lugar em Hollywood, contra tudo e todos, sem ceder a pressões.

      Beijinhos grandes****

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  7. Parabéns pelo post. Eu acredito que antigamente se dava muito mais valor a atuação da pessoa do que ao padrão de beleza, hoje muita coisa se resume a esse padrão idealizado.
    Eu herdei as curvas da minha mãe e as deixo em evidência usando roupas que marquem bem a cintura e que deixam a mulher bem mais feminina.

    Beijos

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    1. Pois é... Acho que, infelizmente, muitas mulheres, durante as últimas décadas, passaram a rejeitar a ideia de ser feminina, por um motivo ou por outro. Mas acho que essa ideia tem começado a mudar nos últimos tempos (na minha opinião, ainda bem!).
      Beijinhos

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  8. Oi Mary! Chegueeei, finalmente!
    My Dear concordo plenamente com você! Devemos nos amar e jogar fora esses padrões absurdos que a mídia ingrata nos impõe. Depois que tive filhos eu ganhei muito peso e meu corpo deformou, mas estou superando isso, estou em feliz! Acho que nós não devemos nos adequar a moda e sim a moda é que deve se adequar com a gente. Como pode julgar a Kate Winslet como gorda? Isso é um absurdo. Mary Dee vou ficando nessas linhas, te desejando uma boa semana e muitas alegrias. Estou adorando sua fan page no Facebook, está bom demais! Beijokas de sua amiga e parceira Cris do blog Mix da Cris Retrô.

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